Criado na quinta-feira, o grupo de WhatsApp “Uniforme Sustentável SJ” reúne mães de alunos do Colégio São José, em Itajaí, para a comercialização de uniformes da escola a preços mais acessíveis. Em apenas um dia o grupo reuniu 114 mães de alunos e já gerou vários negócios. Na grande maioria dos casos os pais estão vendendo uniformes adquiridos no ano passado e que os alunos acabaram usando por muito pouco tempo, devido à suspensão das aulas pela pandemia da covid-19. Isso possibilita que os pais adquiram peças seminovas por, no máximo, 50% do valor.

Além da redução no gasto, o grupo possibilita que os pais consigam comprar essas roupas que estão em falta no mercado. “Como o retorno às aulas foi definido em dezembro, época em que as lojas já tinham os uniformes para o ano seguinte em estoque, os lojistas e as confecções foram pegos desprevenidos”, explica a criadora da ferramenta Ana Paula de Borba. Ela manteve, até o ano passado, uma loja de uniformes dentro da própria escola. Fechou em decorrência da suspensão das aulas presenciais e pretende reabrir somente no ano que vem.

“As aulas retornaram, mas ainda há muita incerteza. Outra dificuldade que os lojistas têm é com relação ao cumprimento dos prazos de entrega pelas confecções, que não estão encontrando matéria-prima, principalmente para os acabamentos”, explica.

Economia

Bruna vendeu os uniformes que comprou no final de 2019 e as crianças [uma de cindo e outra de um ano] usaram por praticamente dois meses. “As peças estavam praticamente novas e vendi pela metade do preço das peças novas”, explica. O que Bruna lamenta é não ter encontrado peças também usadas no grupo para seus filhos usarem neste ano.

Daniela também foi bastante beneficiada pelo grupo. “Ontem [quinta-feira], mesmo com aquela chuva, fui no apartamento de uma mãezinha aqui do grupo e saí com 12 peças de uniforme, e tudo doação”, relata a mãe de aluno, que também já acertou a aquisição de outras peças que vai retirar na segunda-feira. “É muito gratificante ver que a ideia deu certo e está beneficiando as pessoas que estão com problemas financeiros ou que não encontram uniformes no mercado”, arremata Ana Paula. Inclusive, as mães já discutem no grupo a possibilidade de negociarem livros escolares.