O dono das lojas Havan, Luciano Hang, poderá ficar a cara a cara com o ex-presidente Lula em pleno fórum de Navegantes. Lula processa o empresário por ter  contratado uma avião que exibiu faixas com expressões ofensivas contra o petista nas praias da região, durante a  temporada de verão 2019 e 2020.

Na segunda-feira passada, Hang protocolou na 2ª vara Cível de Navegantes, onde corre o processo, um pedido pra que a audiência judicial da ação movida pelo ex-presidente seja no formato presencial. A petição foi uma resposta ao questionamento da justiça feito em 12 de abril se as partes envolvidas concordariam com a audiência remota. Lula ainda não sem manifestou. O prazo de 15 dias pra resposta segue até semana que vem.

O formato à distância não foi aceito pelo advogado Murilo Varasquim, que atua na defesa de Hang. O argumento foi que a audiência presencial seria "a melhor maneira de prestar esclarecimentos sobre a questão". A defesa de Hang ainda considerou que o ex-presidente já tomou as duas doses da vacina contra a covid-19, sendo importante que Lula pudesse comparecer presencialmente na audiência.

A audiência está marcada para o dia 29 de junho, com a juíza Anuska Felski da Silva, da 2ª vara cível de Navegantes. O formato presencial só ocorrerá com a concordância das partes. Lula processa o empresário por calúnia e difamação. A acusação é que Hang patrocinou os aviões que sobrevoaram a região com mensagens como “Lula ladrão, seu lugar é na prisão” e “Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro”. Fotos dos aviões com as faixas foram publicadas pelo empresário nas redes sociais.

O processo corre em Navegantes porque os voos foram autorizados a partir do aeroporto da cidade. A defesa de Lula pede R$ 100 mil de indenização por danos morais. O argumento é que as mensagens ferem gravemente a imagem e a honra do ex-presidente. Segundo a defesa, o empresário também teria extrapolado o direito de liberdade de expressão e os limites da crítica política.

Em dezembro de 2019, a defesa de Lula chegou a pedir a proibição de veiculação das mensagens, mas a justiça negou, com o entendimento de que o ex-presidente é figura pública e está sujeito a críticas da população.  Na época, o empresário postou no Twitter um vídeo mostrando o avião com a faixa. “O povo brasileiro acordou e sentiu na pele o quanto perdeu votando errado. Acreditaram nas pessoas erradas, que só pensaram no poder e destruíram nosso país”, escreveu Hang na ocasião.