Itajaí
Skatistas querem construção de parque no molhe da Atalaia
Ideia é que estrutura abrigue pista de skate, quadra esportiva e outras opções de lazer pra comunidade
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Skatistas de Itajaí lançaram a proposta de construção de um skate park na área ao lado do estacionamento do molhe da Atalaia. A ideia é que a estrutura seja um parque multiuso, com quadra esportiva e equipamentos de lazer pra toda a comunidade. O terreno é da Marinha e faz parte da área do porto organizado de Itajaí, sob a gestão da superintendência portuária.
A sugestão é inspirada em parques que existem em outros países e projetos como o skate park da orla do Guaíba, em Porto Alegre (RS), anunciada como a maior pista de skate da América Latina e que faz parte de uma obra de revitalização do local. O projeto é uma parceria entre o escritório de arquitetura do urbanista Jaime Lerner e duas empresas especializadas na construção de pistas de skate.
O novo skate park de Criciúma, inaugurado em janeiro como um dos mais modernos do país, também é visto como referência. No fim do ano passado, foi Balneário Camboriú quem ganhou um skate park com a maior pista da cidade, projeto que vinha sendo cobrado há anos pelos esportistas.
Em Itajaí, os praticantes do esporte defendem que a cidade também merece um projeto grande e inovador, considerando o espaço amplo e privilegiado no molhe peixeiro. De acordo com o presidente da associação de Skate de Itajaí, Augusto Francisco Ferreira, o Baga, a ideia de um parque já foi proposta à prefeitura. Ele conta que a área do molhe está largada, servindo pra bebedeiras e uso de drogas à noite.
“A gente propôs uma quadra multiuso, uma quadra-parque, igual lá fora do país, que tem skate park em beira de praia. E aqui a gente está precisando urgente de uma pista de skate”, opina. Baga destaca que não seria só uma pista de skate, mas um parque com quadras de futebol, volêi e outros esportes, além de equipamentos pra criançada brincar. O projeto também recebeu o apoio de empresas e grupos ligados ao esporte.
Segundo o presidente da associação, a primeira opção seria fazer uma nova pista no lugar da que existe hoje na Beira Rio, que estaria defasada. Ele relata que a estrutura também está abandonada, com equipamentos quebrados e muita sujeira, e ainda virou local de drogados, afastando as famílias que costumavam frequentar o espaço.
Manutenção das pistas
Em fevereiro, a associação de Skate de Itajaí iniciou um trabalho de mapeamento das pistas de skate da cidade, levantando as condições dos equipamentos. O material foi entregue pra secretaria de Obras, que deve programar uma reforma nas estruturas.
Foram listados problemas em sete pistas, nos bairros São Vicente, Santa Regina, praia Brava, Murta, Fazenda, Imaruí e Promorar. As necessidades passam pela manutenção dos pisos, que estão com rachaduras, bordas quebradas, defeitos em corrimãos e obstáculos, troca de cantoneiras e melhorias na iluminação.
Necessidade de melhor aproveitamento da área
O superintendente do porto de Itajaí, Fábio da Veiga, disse desconhecer a proposta mas entende que a área pode ser melhor aproveitada para atividades de esporte e lazer. No terreno ao lado do estacionamento, ele lembra que a União havia destinado o espaço para o IFSC, que tinha planos de construir um laboratório no local. A ideia, no entanto, não avançou.
Como a área faz parte do porto organizado, Fábio ressalta que o entorno do molhe está incluído nos estudos do governo federal no programa de desestatização do porto. Com isso, o terreno poderá vir a ser explorado na privatização. Outra possibilidade é que a proposta de construção de um parque ou complexo turístico no local, o que já foi sugerido por outras entidades, seja uma contrapartida da concessão.
De acordo com o superintendente, a área de acesso ao molhe funciona como um canteiro de obras permanente, devido à necessidade de manutenção do canal portuário, limitando construções. Sugestões de revitalização incluem o terreno da sede recreativa do porto e a retirada de imóveis de ocupação irregular, mas Fábio frisa que as propostas não devem ser pontuais, mas estar dentro de um projeto amplo. “Toda aquela área merece um estudo aprofundado de melhor utilização”, avalia.