Cinco adolescentes de 16 anos foram agredidos por guardas municipais, no centro de Balneário Camboriú, na madrugada de segunda-feira. A agressão ocorreu quando os menores corriam até a lanchonete do MC Donalds, que estava prestes a fechar. Um dos menores agredidos é filho de uma policial Civil de Itajaí.
A secretaria de Segurança Pública de Balneário já abriu procedimento para apurar a conduta dos GMs. O caso foi registrado na polícia Civil e na corregedoria da guarda Municipal.
Um dos menores descreveu a agressão no boletim de ocorrência na polícia Civil. E.B. contou que estava acompanhado pelos amigos, J.T., I.Y., J.M., V.M e L.A., por volta das 3h30 da madrugada ...
A secretaria de Segurança Pública de Balneário já abriu procedimento para apurar a conduta dos GMs. O caso foi registrado na polícia Civil e na corregedoria da guarda Municipal.
Um dos menores descreveu a agressão no boletim de ocorrência na polícia Civil. E.B. contou que estava acompanhado pelos amigos, J.T., I.Y., J.M., V.M e L.A., por volta das 3h30 da madrugada de segunda-feira. Os garotos são alunos do segundo ano do ensino médio e, como estão de férias, se reuniram na casa de um deles.
Com a permissão da mãe, eles saíram para comprar o lanche na madrugada. Ao perceberem que o Mac estava quase fechando, os meninos saíram correndo em direção à lanchonete. Só que a corrida do grupo foi vista como “atitude suspeita” por uma viatura da GM. Os menores foram abordados na rua 916 de forma violenta pelos GMs.
O menor L. diz que correu com medo e os guardas passaram a disparar tiros de bala de borracha contra ele. O menor E. questionou o motivo dos disparos contra o colega e a resposta teria sido dois tapas violento no rosto. Segundo o menor, os guardas ainda o chamaram de “mulherzinha” e disseram que se ele os questionasse novamente iria apanhar mais.
Os GMs ainda teriam ameaçado atirar à queima-roupa na perna do menor se ele “falasse mais um A”. O adolescente ainda falou aos guardas que sua mãe era policial Civil e levou mais tapas no rosto.
O menor narrou que os guardas ainda retrucaram que a mãe dele “não era porra nenhuma” e que ela não poderia fazer nada contra eles. A viatura da GM pediu reforço e seis guardas municipais participaram do restante da abordagem aos menores.
A sessão de intimidação e agressão, segundo os meninos, durou cerca de meia hora.
O adolescente diz que ainda levou um safanão no braço ao tentar anotar a placa da viatura da GM. O guarda teria torcido o braço do adolescente por mais de dois minutos. O guarda ainda xingou o menor de “merda” e “menininha que não guenta três tapas”.
Antes de liberar os menores da abordagem, os guardas disseram a cada um dos garotos que “E só apanhou porque tinha falado demais, e que era para servir de exemplo para os outros menores”.
A mãe do menor agredido, que é policial Civil, diz que o filho ficou sendo torturado e agredido física e moralmente por cerca de 30 minutos por seis agentes da guarda Municipal de Balneário Camboriú. O menor passou por exame de corpo de delito ontem, e passou por uma consulta médica no hospital do Coração.
A mãe da vítima conta está colhendo imagens das câmeras de segurança próximas ao local da agressão para serem entregues ao delegado que investigará à agressão. O inquérito policial já foi aberto na delegacia de Balneário.
Mãe promete levar o caso à justiça
A mãe do adolescente agredido registrou o caso na delegacia, na corregedoria da GM e ainda pretende processar o município e os guardas envolvidos. “A guarda vem há tempos causando grandes problemas em suas abordagens. Na cabeça deles, meu filho era só mais um, mas eu vou processar e levar a denúncia adiante, para que, quem sabe dessa vez, eles aprendam a trabalhar e servir de exemplo para os demais”, desabafou a mãe.
O secretário de Segurança, Antônio Gabriel Castanheira, disse que já está ciente do caso e que um procedimento interno foi instaurado pra apurar as agressões.
A mãe e o adolescente foram ouvidos na corregedoria da GM. Os guardas identificados na operação serão investigados.
Além dos depoimentos, o secretário vai coletar imagens das câmeras de segurança pra apurar a conduta dos guardas. O procedimento pode culminar em três punições pros guardas: advertência, suspensão ou exoneração do cargo público.