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Abraço à Vida já atendeu 10 mil pessoas em BC
Programa, mantido pelo município, divulgou o balanço do último ano
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Para reforçar a importância de compreender e buscar tratameto para as doenças mentais, principalmente a depressão e intenções suicidas, nasceu o “Janeiro Branco” – mês dedicado à saúde mental. Os números registrados no programa Abraço, da prefeitura de Balneário Camboriú, mostram a importância de tratar o tema como de saúde pública.
De janeiro de 2020 até 24 de janeiro de 2021, o programa Abraço à Vida atendeu 10.115 pessoas. Em 2020 foram 9736 atendimentos – 50 a mais que no ano anterior. “Em 2020 tivemos 50 atendimentos a mais, porém não tivemos atendimentos grupais por conta da pandemia, o que tivemos em 2019”, explica a secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Christina Barichello.
Do total de atendimentos, 75% foram a mulheres e 25% a homens. As pessoas que mais procuram auxílio emocional têm entre 15 e 39 anos (64,74%), seguidas das de 40 a 59 anos (29,55%) e das de 60 anos ou mais (5,71%).
Em 2018, 12 pessoas tiraram a vida em Balneário Camboriú. No ano de 2019 foram oito suicídios e no ano passado nove pessoas abreviaram a vida. “É um avanço muito grande para uma cidade como Balneário ter um programa assim. O Janeiro Branco é para fazer com que as pessoas percam o preconceito sobre a doença mental e a depressão. Ela não é coisa de pessoas sem religião, de pessoas que não têm o que fazer, pelo contrário, é um caso de saúde pública. Balneário Camboriú tem toda uma rede de apoio para atender e dar esse suporte”, explica Christina.
A secretaria afirma que Balneário é uma das únicas cidades do Brasil a manter um programa de prevenção ao suicídio permanente, com suporte 24 horas por dia. “Com a pandemia, a gente percebeu um aumento no número de pessoas que está procurando ajuda. Aumentou o número de mulheres vítimas de violência e também de pessoas com depressão,” analisa.
O Janeiro Branco busca conscientizar a população sobre a importância da saúde mental e emocional das pessoas.
Durante todo o mês de janeiro, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) elaborou ações para reforçar a importância do tema. Estão acontecendo ações de capacitação de atenção básica, trabalhando a escuta qualificada, ampliação dos acolhimentos, com agendamentos extras e atendimento liberado nos CAPS. Também são elaborados vídeos institucionais.
O diretor de Ações Especializadas da secretaria de Saúde, Victor Moreira, lembra que ter saúde mental não é apenas não apresentar sintomas configurados como sofrimento, mas possuir qualidade de vida, com relações afetivas que promovam proteção e cuidado, condição financeira adequada e realização de atividades que promovam prazer.