Nessa última semana de janeiro, o complexo portuário de Itajaí recebe o 300º “navio gigante” da sua história. O navio, de mais de 330 metros de comprimento, chega no mesmo mês em que a nova bacia de evolução completou um ano de operação. A bacia, construída para permitir manobras de 180,º foi idealizada para receber os navios gigantes e iniciou a operação em 16 de janeiro de 2020, quando houve a atracação do navio Valor.
A nova bacia de evolução garantiu a sobrevivência e o crescimento do segundo maior complexo portuário do país em número de movimentação de contêineres.
O navio de número 300, o Seaspan Harrier, de Hong Kong, tem previsão de atracação no dia 27 de janeiro. Isso se a boca da barra for reaberta até lá, já que o mau tempo impede a entrada ...
A nova bacia de evolução garantiu a sobrevivência e o crescimento do segundo maior complexo portuário do país em número de movimentação de contêineres.
O navio de número 300, o Seaspan Harrier, de Hong Kong, tem previsão de atracação no dia 27 de janeiro. Isso se a boca da barra for reaberta até lá, já que o mau tempo impede a entrada de navios no complexo portuário desde o fim da semana passada.
Foram os navios gigantes que ajudaram a bombar os números do complexo portuário, com aumento de 15% na movimentação de cargas de contêineres em comparação a dados de 2019. O complexo movimentou 1.419.082 toneladas em 986 atracações.
A APM Terminals foi responsável por movimentar 545.338 (TEUs), aumento de 11% em um ano, fazendo 425 atracações.
Portonave bombou
A grande movimentação do complexo veio da Portonave, que registrou em novembro de 2020 a melhor marca operacional da sua história, encerrando o ano com crescimento de 18% nos contêineres e na tonelagem.
Em 2020 o terminal de Navegantes movimentou 873.744 TEUs, contra 741.265 em 2019. No terminal atracaram 62 navios gigantes. A previsão é que 100 embarcações grandonas atraquem na Portonave em 2021.
O Teporti registrou 19 escalas e aumento de 58% nas cargas movimentadas no terminal em relação a 2019. A Poly Terminais registrou crescimento de 3% na movimentação de cargas, totalizando 10 escalas em 2020.
“Os números são a fotografia da realidade de como o nosso pequeno grande porto de Itajaí tem se movimentado e se desenvolvido. Demostram a grandeza que está relacionada a vocação da nossa cidade. Eles nos credenciam para um reconhecimento nacional e internacional e mostram a força do setor portuário e de todos os envolvidos: empresários, trabalhadores portuários de todas as categorias, caminhoneiros e todo o setor público, que representa a população em geral da nossa cidade”, comenta o prefeito Volnei Morastoni (MDB).
Melhorias e crescimento
Para o superintendente do complexo, Fábio da Veiga, a melhoria na infraestrutura foi fundamental para que o porto alcançasse esses números. Ele destaca o início das operações na nova bacia de evolução, além das obras para a reabertura dos berços 3 e 4, implantação do sistema OCR, sistema de monitoramento metaoceanográfico e recuperação do pátio do cais.
“Toda essa movimentação só foi possível porque o porto de Itajaí fez o seu dever de casa e assumiu, junto ao prefeito Volnei, já na gestão passada, o compromisso de uma gestão profícua e comprometida. Por isso esses números e o nosso porto são motivo de orgulho para o povo itajaiense”, finaliza Fábio.
Fábio lembra que com a nova bacia de evolução o complexo bateu recorde nacional ao receber o maior navio que já navegou na costa brasileira, o APL Paris, em junho do ano passado. O navio mede 347,04 metros de comprimento.
“O prefeito Volnei Morastoni afiançou o vultuoso contrato para terminar as obras da bacia de evolução, obra de R$ 42 milhões na época, e mostrou para toda a comunidade portuária que o complexo portuário de Itajaí é viável para as próximas décadas. Isso reforça o novo processo de desestatização e mostra para o mercado que Itajaí tem as condições técnicas de receber os grandes navios contêineres que frequentam a nossa costa”, analisou Fábio da Veiga.
O superintendente ainda frisa que a movimentação no complexo reflete na economia da região. “Os sucessivos recordes de movimentação não atendem só o complexo portuário, mas beneficiam toda a comunidade portuária. Os trabalhadores portuários avulsos, os caminhoneiros, as oficinas mecânicas, os postos de gasolina o comércio e toda a cadeia produtiva”, conclui Fábio.
“Precisamos focar esforços para a segunda fase da bacia de evolução”
Para o porto seguir competitivo e passar a receber gigantes de até 400 metros de comprimento, que ainda não operam na costa brasileira, as autoridades reforçam a importância do início da segunda etapa da bacia de evolução. Para isso, é necessário a liberação de recursos do governo federal. “A bacia de evolução foi uma das maiores conquistas que tivemos para que o porto pudesse se adequar ao grande mercado internacional de navegação desses novos tempos. Isso vai tornando cada vez mais evidente a importância e a necessidade de termos a segunda etapa da obra para concretizar definitivamente esse projeto estratégico para o porto, para Santa Catarina e para o Brasil”, fala o prefeito Volnei.
Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente da Portonave, reforça a necessidade dos investimento na obra da segunda fase da bacia de evolução. “A nova bacia de evolução foi um esforço conjunto da autoridade portuária, Marinha, praticagem, governo do Estado e terminais portuários. Isso nos trouxe condições operacionais e alternativas às linhas de navegação, estimulando o desenvolvimento econômico. A infraestrutura da região, os players que compõem o setor portuário, a mão de obra qualificada, tudo faz com que possamos crescer. Esta condição nos coloca na vanguarda para receber esses navios, que são realidade e tendência para os próximos anos no comércio marítimo internacional. Porém, precisamos também focar esforços para a realização da segunda fase da bacia, para tornar o complexo ainda mais competitivo e poder receber navios de até 400 metros de comprimento”, conclui Castilho.