A polícia Federal prendeu o presidente da assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Júlio Garcia (PSD), ontem de manhã. Ele é um dos alvos da operação Hemorragia, que é a segunda fase da Operação Alcatraz, num trabalho conjuntoda PF e da Receita Federal.

A ação investiga a ação de uma suposta organização criminosa especializada na prática de crimes de corrupção, fraudes em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro, que agia há mais de 10 anos no governo do estado de Santa Catarina.

Júlio foi levado à sede da PF,  em Florianópolis, e prestou esclarecimentos acompanhado do advogado César Abreu. Júlio ficará em prisão domiciliar e usará tornozeleira eletrônica.  O motivo da prisão ainda não foi revelado. O caso corre em segredo de justiça.

Ontem, a PF também cumpriu 34 ordens de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e oito de prisão temporária. As ordens foram cumpridas em Florianópolis, Biguaçu, Joinville e Xanxerê. Todos os presos vão ficar presos em  casa.

A PF informou que um dos mandados de prisão temporária não foi cumprido “por causa das condições de saúde do investigado”. O nome do investigado doente não foi revelado.

A investigação apura a suspeita de fraudes em licitações que ultrapassam os R$ 500 milhões, entre os anos 2008 a 2018, através da secretaria de Estado de Saúde.

Os investigados serão indiciados pelos crimes previstos na lei de licitação e de organização criminosa. Os funcionários públicos investigados na operação foram afastados das respectivas funções públicas. Eles foram proibidos de manter contato com outros investigados e de sair do país. Também foi determinado o bloqueio de patrimônio dos investigados em valores que variam de  R$ 928.876,80 a R$ 37.800.468,92.