A cabeleireira Ariete Lourenço de Pontes, 47 anos, moradora de Balneário Camboriú, está vivendo o drama pessoal de tentar conseguir uma vaga para internação do filho, de 27 anos, que é dependente de crack. O rapaz é metalúrgico, mas está desempregado.
Ariete comenta que descobriu, no ano passado, que o filho está usando crack. “Ele está vivendo nas ruas. Estou desesperada, não sei mais onde correr, pois não existe tratamento em hospital público em Balneário Camboriú para internação de dependente químico”, lamenta.
Pablo já passou três vezes por comunidades terapêuticas, também chamadas de casas de acolhimentos mantidas por ONGs, porém as tentativas não resolveram. A mãe acredita que ele precisa primeiro se ...
Ariete comenta que descobriu, no ano passado, que o filho está usando crack. “Ele está vivendo nas ruas. Estou desesperada, não sei mais onde correr, pois não existe tratamento em hospital público em Balneário Camboriú para internação de dependente químico”, lamenta.
Pablo já passou três vezes por comunidades terapêuticas, também chamadas de casas de acolhimentos mantidas por ONGs, porém as tentativas não resolveram. A mãe acredita que ele precisa primeiro se desintoxicar para depois ir para uma clínica terapêutica.
“Como ele está totalmente dependente, não consegue ficar internado por falta da droga. Não sei mais como ajudá-lo. Precisa de um laudo psiquiátrico para o CAPS avaliar a situação do paciente, se é agressivo ou se já tentou suicídio. E o poder público só pode fazer alguma coisa quando o doente mata alguém pra consumo da droga! Sem contar que a internação é só para 15 dias, isso não é o suficiente pra alguém que está muito doente”, opina a mãe.
Ariete não tem como pagar a internação particular do filho. “O SUS não cobre. Só quem tem dinheiro pode salvar seu ente querido. Hoje entendi porque há tanta gente arruinada nas ruas”, desabafa Ariete.
O diretor de Ações Especializadas do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas de Balneário Camboriú, Victor de Moreira Lopes, explica que há três tipos de internação. A voluntária, que é quando o paciente quer a internação e busca vagas em comunidades terapêuticas, também é possível a internação quando o paciente está em estado grave e é encaminhado ao Instituto de Psiquiatria e a compulsória e a internação precisa ser de imediato, podendo até haver uma internação judicial.
Ressalta que de qualquer forma o paciente precisa ser avaliado pelo CAPS. O ideal é ir até o centro e passar por um acolhimento, onde o paciente será avaliado pela equipe técnica. Quanto ao caso do filho de Ariete, o paciente seria bastante resistente ao tratamento.