Domingo histórico
Vacinação contra a covid começa em São Paulo
Santa Catarina vai aguardar envio do governo federal que começa nessa segunda
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Uma hora após a Anvisa autorizar o uso emergencial das vacinas Oxford e Coronavac, o governo do estado de São Paulo deu início ao processo de vacinação do grupo prioritário. A primeira brasileira vacinada foi Mônica Calazans, 54 anos, enfermeira da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Ao contrário do que afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na semana passada, a vacinação não está acontecendo simultaneamente em todo o Brasil. O governo do estado de São Paulo iniciou antes o seu plano de vacinação.
O ministro Pazuello afirmou que às sete horas da manhã de hoje, seis milhões de doses de vacina começam a ser distribuídos aos estados e ao Distrito Federal. Segundo o ministro, serão inicialmente 3 milhões de pessoas a serem vacinadas, com duas doses cada uma, somando seis milhões de doses da CoronaVac, produzida pela empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. A vacina deve ser transportada aos estados por aviões da Força Área Brasileira (FAB).
SC diz que tá pronta
A secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina já anunciou que vai esperar o envio das vacinas pelo governo Federal e que o estado está pronto para iniciar imediatamente o plano de vacinação em parceria com os municípios. “Nós temos todos os insumos necessários para executar as quatro primeiras fases definidas pelo ministério da Saúde para a vacinação. Em até 24 horas, após a chegada das vacinas, nós distribuiremos em todos os municípios catarinenses”, disse o governador Carlos Moisés nas redes sociais.
O secretário do estado de Saúde, André Motta Ribeiro, acompanha nesta segunda-feira o “Ato Simbólico de Recebimento das Vacinas - Brasil Imunizado”, em São Paulo.
A cerimônia do ministério da Saúde terá participação de representantes de outros estados brasileiros e está marcada para as sete horas da manhã, em Guarulhos. “Nós já estamos preparados na questão logística e já realizamos distribuição de insumos nos últimos dias. Há quantidade suficiente de materiais para atender as primeiras fases da campanha de vacinação”, afirmou o secretário.
Mais de 5,3 milhões de seringas e agulhas já foram encaminhados aos municípios.
Balneário Camboriú informou ontem que, independentemente do número de lotes enviados, a cidade já está preparada para iniciar a primeira vacinação. Serão necessárias 72 mil doses d para imunizar os grupos prioritários nas duas fases de imunização.
Prioridades
A vacinação será exclusiva aos grupos prioritários. Na primeira fase, para trabalhadores da saúde, idosos a partir dos 75 anos e internos de asilos. Na segunda fase, idosos de 60 a 74 anos. Na terceira fase os vacinados serão doentes de diabetes mellitus, hipertensão grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave.
Anvisa liberou uso emergencial das vacinas Oxford e CoronaVac
O uso emergencial da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, do Brasil, e a de Oxford, desenvolvida pela empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, receberam autorização de uso da agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A recomendação foi analisada pelos diretores do órgão em reunião que terminou por volta das 15h. Os cinco diretores da Anvisa aprovaram por unanimidade o uso emergencial das vacinas.
Gustavo Mendes, gerente de Medicamentos da Anvisa, informou que a área técnica confirmou a eficácia da CoronaVac. A taxa de sucesso na prevenção da doença atingiu 50,39%. O índice está acima da eficácia mínima de 50% exigida pela Anvisa e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Anvisa também confirmou a eficácia global da Oxford em 70,42%, validando estudo publicado no início de dezembro pela revista científica The Lancet. A eficácia mede a taxa de sucesso na prevenção da covid-19 comparada a quem recebeu um medicamento inócuo.
Assim como no caso da CoronaVac, os técnicos da Anvisa recomendaram o monitoramento e a reavaliação periódica da vacina de Oxford. Gustavo citou duas incertezas que precisarão de acompanhamento: baixo número de idosos testados e a diferença entre o banco de semente de vírus da AstraZeneca e do Instituto Serum, laboratório da Índia.