Itajaí
Após denúncia de contaminação, OAB pediu o fim do uso de poços
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O presidente da subseção da OAB de Itajaí, Renato Felipe de Souza, encaminhou ofício ao diretor-geral do Semasa na sexta-feira passada, questionando a autarquia sobre a coleta de água na fonte da praia Brava, levando em conta imagens encaminhadas de populares.
Renato lembrou que o cemitério chegou a fazer um acordo com o ministério Público em ação civil de 2017 que apurou contaminação do lençol freático.
“O local em que o caminhão-pipa fez a coleta é exatamente nas proximidades do cemitério Crisântemos, o que, por si só, leva a uma conclusão sumária de que o lençol freático está contaminado por conta de restos mortais dos seres humanos”, escreveu. Ele também recebeu um laudo técnico, dando conta que a água retirada pelos caminhões estaria contaminada com coliformes, sendo “fatalmente não potável”.
Diante da denúncia, o presidente da OAB pediu pra autarquia tomar medidas pra parar a distribuição de água coletada naquela fonte, ao menos até que se investigue o caso. O ofício foi respondido na terça-feira pelo diretor-geral do Semasa, que disse ter recebido com surpresa a manifestação da OAB.
Diego Antônio da Silva contestou o laudo juntado à denúncia, apresentando relatórios que comprovariam a qualidade da água e que já haviam sido feitos porque a autarquia tem estudos pra usar as fontes como alternativa pra melhorar o abastecimento na região da Brava.
Desde o uso pra contornar o problema da salinidade, testes monitoram a qualidade da água, que ainda passa por cloração antes de abastecer os caminhões, segundo o diretor. O procurador do Semasa, Anderson Carlos Deola da Silva, destaca que o caso de contaminação no cemitério não afeta a área dos poços, onde não haveria lençol freático, conforme relatórios geológicos.
“Onde é a captação de água pra distribuição é um aquífero, que está a 150 metros de profundidade”, afirma. Um laudo geológico aponta que o aquífero é formado por rochas impermeáveis, sendo que a água verte por falhas entre as rochas. Considerando as características geológicas, Anderson observa ser impossível ocorrer contaminação por lençol freático.
O procurador ainda firma que o resultado do laudo entregue à OAB foi de coleta feita na “saída do poço”, conforme dados informados ao laboratório pela pessoa que coletou a amostra, sem que se saiba as circunstâncias. “Ele pegou um vasilhame e levou lá no laboratório. Mas a gente não tem conhecimento se foi exatamente naquele poço e de que jeito foi, se teve a higiene certa, quem fez”, rebate.