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Itajaí

Semasa distribui água mineral e breca faturas

Foram ativados 14 pontos de distribuição dos cerca de 50 que foram anunciados pela cidade

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Não há uma data exata para o suplício da água salgada terminar em Itajaí. O Semasa montou esquemas alternativos com a distribuição de água mineral enquanto a alta taxa de sal na rede persistir. A cobrança da fatura do Semasa também está suspensa desde o dia 13 de outubro, até dois dias depois de o problema ser resolvido em definitivo.

O diretor de Saneamento do Semasa, Victor Silvestre, informou que a autarquia contratou empresas especializadas que buscam soluções pra  fechar o trecho da estrutura da barragem rompida e por onde está passando a água salgada. “A perspectiva é que durante essa semana a gente consiga fazer o fechamento, de forma provisória, do trecho da barragem por onde está passando o sal”, explica. A dificuldade maior  é que o terreno é um banhado, com pouca estabilidade para o trabalho dos técnicos.

Enquanto não resolver o problema da barragem, o Semasa tomou duas medidas: a distribuição de água mineral gratuita e a suspensão na cobrança da conta de água. Até o início da tarde de ontem, eram 14 pontos de retirada de água ativados pelo Semasa - foram anunciados 50 endereços no total.



A água está sendo fornecida por uma empresa que já atendia o município. Victor não soube precisar quanto o município vai gastar com água mineral pra abastecer a população durante a crise.

A autarquia diz que solicitou laudos da água mineral que está sendo entregue à população.

O diretor diz que desconhece as denúncias de que a água está sendo captada por caminhões-pipas em uma bica, conforme foi postado nas redes sociais ontem. O nome da empresa contratada pelo Semasa não foi informado ao DIARINHO.


Os pontos de água mineral estão sendo abastecidos por caminhões-pipa. Eles vão atender das 7h às 23h. Já durante a madrugada dois caminhões-pipa estarão disponíveis. Os moradores precisam levar galões ou recipientes e não há limite por pessoa.

A escola básica Gaspar da Costa Moraes, no bairro Fazenda, é um dos pontos já ativados, com quatro torneiras. Desde ontem, os moradores da região estão levando todo tipo de recipiente pra garantir a água pra fazer comida e beber. “Lavar roupa nem pensar, só o essencial mesmo. E banho não tem como”, comentou o empresário Ilson Wolf, de 48 anos, ao abastecer um galão de cinco litros pra fazer o almoço.

Ilson é síndico de um condomínio na Fazenda e conta que há preocupação com s prejuízos nas tubulações e equipamentos do sistema de aquecimento de água do prédio devido ao problema da salinidade na rede. O tecnólogo mecânico Vanderlei Damiani Preve, 65, também foi pegar água na escola. Ele encheu um galão de 20 litros.

Nos últimos dias, Vanderlei tem se virado com banho frio e a água para consumo teve que ser comprada. Para evitar choques e não estragar a resistência, ele desligou o chuveiro da energia. “Se ligar, a resistência queima na hora porque tem muito sal na água”, afirma.

Ressarcimento dos prejuízos


O Semasa informa que está ressarcindo os clientes que tiveram as resistências dos chuveiros queimadas pela água ruim. Até ontem, segundo Jorge Andrade, diretor de Relacionamento do Semasa, 100 ressarcimentos foram feitos. Todos foram de resistências. O valor devolvido é depositado na conta bancária do cliente, que antes precisa ter o pedido analisado e deferido. O processo leva em torno de cinco dias. É preciso apresentar foto ou o produto danificado e a nova fiscal da resistência ou do chuveiro nova. Jorge garante que o consumidor será ressarcido quantas vezes as resistências  e os chuveiros queimarem por conta da salinidade da água. Não há limite por cliente.

Já os casos de lavadoras e outros equipamentos estragados pela água precisam de um laudo da assistência técnica. Depois disso, uma equipe do Semasa vai até a casa do cliente verificar o equipamento.

Já há relatos de que os preços das resistências aumentaram em Itajaí. O produto pra chuveiros Sintex subiu de R$ 10,50 na quarta-feira passada pra R$ 13,50 nesta segunda-feira em uma loja de material de construção. A cliente voltou à loja pra comprar uma resistência reserva e ficou surpresa com o valor diferente.

De acordo com o diretor geral do Semasa, Diego Antônio da Silva, o problema na cunha salina não afeta a captação. “O abastecimento de água está normalizado, só que a água está com uma concentração de sal muito grande”, diz. Conforme Diego, a captação foi mantida pra atender as necessidades básicas, como banheiro, descarga e banho.


Mas os moradores enfrentam problemas em diversas tarefas. Quem já teve a resistência queimada não consegue nem tomar banho frio por causa do sal. “É a mesma coisa que entrar no mar. Só sair do chuveiro e os olhos já começam a arder e coça o corpo todo”, relata uma moradora.

No domingo, a cabeleireira Magda Regina Ribeiro Mendonça, de 50 anos, passou o dia lavando as roupas de casa e do salão em baldes e cestos com uma mangueira. “Lavei na mão para não correr o risco de queimar minha máquina”, disse a moradora do loteamento Nilo Bittencourt, no São Vicente.

Vendas de galões dispararam

A procura por água mineral nas revendedoras e supermercados aumentou durante o final de semana em Itajaí. Na distribuidora JM, no bairro São João, o produto acabou na segunda-feira. Em outros quatro estabelecimentos consultados pelo DIARINHO, ainda havia galões de 20 litros disponíveis com preços normais. Alguns moradores relataram alta de R$ 12 pra R$ 14 em comércios do centro e do bairro Fazenda.

Na Imperador Água e Gás, os entregadores tentam dar conta dos pedidos que chegam a toda hora pra diversos bairros. A proprietária da empresa, Francieli Clerici, conta que a procura mais que duplicou em relação aos dias normais. A entrega de galões que ficavam entre 80 e 100 por dia chegou a 240 só na manhã de ontem.

“Nem no auge do verão deu uma procura dessas”, relata. Uma das marcas vendidas pela empresa já teve o estoque zerado, mas o fornecedor garantiu a entrega. Francieli continua com os mesmos valores – R$ 10,50 pra entrega e R$ 6,50 pra retirar. Ela não prevê aumento de preços e diz que as distribuidoras estão mantendo os valores no momento.


Causas do rompimento investigadas

A barragem no rio Itajaí-mirim passou por obras emergenciais na semana passada, com a instalação de uma contenção de pedras no vão aberto entre a barragem e a margem do rio.

A medida visa conter o avanço da maré com água salgada até o ponto de captação. Segundo o Semasa, a movimentação do solo na margem deslocou as estacas da cunha salina que impedem a passagem da água do mar.

Inicialmente, a autarquia informou que o rompimento da ombreira da barragem teria sido em razão de um vazamento subterrâneo na adutora que passa pela barragem e leva água bruta pra estação Arapongas. Em postagem no domingo, o prefeito Volnei Morastoni (MDB) disse que as causas estão sendo investigadas por uma equipe de engenheiros e mergulhadores.

“Seguiremos tomando todas as ações necessárias para descobrir as causas deste desastre, sejam naturais ou provocadas, e assegurar à população que algo assim não se repita”, afirmou.

Hospital com bebedouros e torneiras secas

Familiares de pacientes do hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, relataram que pacientes e acompanhantes ficaram sem água na unidade devido aos problemas de abastecimento na rede do Semasa. Bebedouros e torneiras estariam secos no fim de semana e ontem.

De acordo com analista de RH, Gabriela Machado, de 28 anos, enfermeiros contaram também não ter água pros funcionários. Ela esteve no domingo no Marieta, onde a avó está internada, e disse que o problema persistiu também na segunda-feira, quando voltou ao local.

“As pessoas estavam chorando porque não tinha água para beber. Nem para os pacientes”, relata. Ela contou que chegou a doar  a água que tinha levado de casa. “Mas infelizmente não foi suficiente para todos”, completa.

Conforme a moradora, os médicos e enfermeiras estão numa correria devido à falta de água. “As pessoas já estão em um momento difícil, passando dor, os acompanhantes estão aguardando os enfermos e ainda não ter água... É muito complicado e desumano”, lamentou.

Em nota, o hospital Marieta informou que o abastecimento está normal. “A instituição solicitou água mineral à Semasa para ser utilizada na unidade de alimentação e nutrição e bebedouros distribuídos pelo hospital, que foi entregue hoje [ontem],” informou.

Segundo o Semasa, hospitais, o complexo penitenciário da Canhanduba e outros órgãos públicos estão sendo abastecidos com caminhões-pipa.

Água salobra não serve nem para os animais, alerta veterinário

A água fornecida pelo Semasa nos últimos dias, que está salobra pelos problemas causados pelo excesso de sal no ponto de coleta no Itajaí-Mirim, não é ruim somente para seres humanos. Ela também pode fazer mal para os animais.

Uma leitora entrou em contato com o DIARINHO para compartilhar o registro que fez de um sapo aparentemente “fugindo” da água da torneira, salgada, no bairro Itaipava. “As pessoas estão pegando água na torneira e dando aos animais, sendo que essa água não vai matar a sede deles, e ainda pode prejudicar. O sapo, que é um animal sensível ao sal, deve estar todo desidratado”, narrava a leitora.

O veterinário Marcos Marques explica que os efeitos da água salobra nos pets e animais silvestres são muito semelhantes aos efeitos em humanos. “Há muitos tutores que já oferecem ou estão oferecendo água mineral para seus animais. Isso seria o ideal, pois o que pode acontecer em relação a essa água salgada não é nem tanto a desidratação, mas sim uma gastroenterite... Irritação no estômago ou até mesmo o desenvolvimento de infecções e desequilíbrios intestinais que fazem com que o animal desenvolva diarreia”, explica o veterinário.

Marcos conta que não recebeu, nos últimos dias, atendimentos relacionados à ingestão de água salgada, mas tem respondido diversas dúvidas de clientes quanto aos banhos nos animais. “Muita gente tem dúvida se a água pode deixar os animais com maiores sensibilidades, riscos de alergias ou até provocar um problema maior na pele. Da mesma forma que estamos evitando utilizar essa água salgada para o consumo humano, o mesmo se aplica para os animais”, completa.

Pontos de distribuição

Polo da Fazenda

E.B. Ariribá

E.B. Gaspar da Costa Moraes

Polo do São Vicente

Posto de Saúde Rio Bonito - Rua Chapecó

Bambuzal - praça de associação moradores rua são Joaquim 399

Polo São Judas

E.B. Professora Maria Dutra Gomes

E.BCarlos de Paula Seára

Polo Cidade Nova

Colégio Pedro Rizzi

CEDIN Emílio Gazaniga Júnior

Polo Imarui

E.B. Arnaldo Brandão

Polo de Cordeiros

CEC de Cordeiros;

CEI Otávio Cesário Pereira;

Polo Santa Regina

C.E.I. Diva Vieira Abrantes.

Polo Portal 2

C.E.I. Maria da Glória Stringari.

Polo Canhanduba

- E.B. Padre José de Anchieta.




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