Colunas


Coluna esquinas

Por Coluna esquinas -

Só com a lua


Ciclos, a natureza tem os seus. E, imutáveis que são, permitem o fluxo natural das coisas sem afetamentos, dramas, traições, trapaças ou qualquer tipo de falácia que impossibilite a vida. Não percebemos mais esse fluxo natural e permitimos que as doenças rondem nossa paz.

Algo vai mal. Incomodado que ando com as reafirmações de padrões nas experiências humanas e suas emoções, eu não ando me sentindo muito bem.

O fato é que assisto à criação de doenças absurdamente devastadoras. A semente transgênica é cultivada com venenos que poluem o lençol freático, contaminam rios e o ar. O alimento chega à nossa mesa contaminado, produzindo doenças que geram novas pesquisas, que resultam em remédios que geram novas doenças. Uma empresa gerencia esse ciclo de ponta a ponta.

Não basta ao capitalismo produzir a desgraça, que oferece também o remédio. Tudo decorado com discursos temperados, com pitadas de ortodoxia religiosa e um punhado de pseudociência. O que alimenta esse sistema é a produção de doenças que geram dependências, e uma das mais poderosas armas para que isso aconteça é a patologização da vida.

Nas ruas vivenciamos a grande epidemia do século: a solidão. Em tempos que assistimos a derrocada do diálogo por um medo travestido em discurso protofascista, a solidão é o sintoma do medo do outro, que passa a ser uma ameaça constante.

A solidão é um sinal da precariedade do sentido da comunidade e da convivência. É um problema sociocultural muito mais do que de escolha individual. A solidão é um claro sinal de que estamos nostálgicos, querendo viver a comunidade, afinal, as relações sociais andam efêmeras e dia após dia as compramos como mercadorias baratas.

Sem falarmos no fetiche da hiperconectividade, que alimenta nossa ilusão de que não estamos sós. Mas isso é assunto para outro texto.

Por hora, escrevo olhando a lua cheia que hoje começa a brilhar no céu.  A maior sensação de solidão está nas perguntas que podemos fazer sem respostas humanamente possíveis. A solidão é uma casa possível para os pensamentos por hora. Que o ciclo da grande natureza traga as respostas possíveis.

Fica a dica:

A história do filme argentino Medianeras (Ano: 2011. Direção: Gustavo Taretto) narrado por duas pessoas que tentam enfrentar a solidão e outras consequências com o dilema da cultura virtual e da arquitetura de um grande centro urbano.


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

Leia mais

Coluna esquinas

Grasna, pato, grasna

Coluna esquinas

Quinquilharias

Coluna esquinas

Touch, mentiras e uma hashtag

Coluna esquinas

Os 10 dias em que ouvimos a palavra GRITO

Coluna esquinas

Ferida aberta

Coluna esquinas

Proa da palavra

Coluna esquinas

Breve história de um muro

Coluna esquinas

A mão invisível da realidade

Coluna esquinas

O segredo dos dias

Coluna esquinas

Pantufas para pisar na lua

Coluna esquinas

Exercício de ser criança

Coluna esquinas

O instante antes do escuro

Coluna esquinas

Dentro da noite

Coluna esquinas

Bolhas

Coluna esquinas

Imagino, logo existo

Coluna esquinas

Hoje é quase horizonte

Coluna esquinas

Língua Solta

Coluna esquinas

Curto-circuito

Coluna esquinas

Posso dar um pitaco?

Coluna esquinas

Tirando poeira das ideias



Blogs

Blog da Ale Francoise

Sintomas de Dengue hemorrágica

Blog da Jackie

Cafezinho na Brava

Blog do JC

David é o novo secretário de Educação de BC

A bordo do esporte

Fórmula E celebra Dia da Terra

Blog do Ton

Amitti Móveis inaugura loja em Balneário Camboriú

Gente & Notícia

Warung reabre famoso pistão, destruído por incêndio, com Vintage Culture em março

Blog Doutor Multas

Como parcelar o IPVA de forma rápida e segura

Blog Clique Diário

Pirâmides Sagradas - Grão Pará SC I

Bastidores

Grupo Risco circula repertório pelo interior do Estado



Entrevistão

Juliana Pavan

"Ter o sobrenome Pavan traz uma responsabilidade muito grande”

Entrevistão Ana Paula Lima

"O presidente Lula vem quando atracar o primeiro navio no porto”

Carlos Chiodini

"Independentemente de governo, de ideologia política, nós temos que colocar o porto para funcionar”

Osmar Teixeira

"A gestão está paralisada. O cenário de Itajaí é grave. Desde a paralisação do Porto até a folha sulfite que falta na unidade de ensino”

TV DIARINHO

A Dika, uma pastora belga-malinois, é a nova “funcionária” da Receita Federal de Navegantes. A doguinha ...




Especiais

NA ESTRADA

Melhor hotel do mundo fica em Gramado e vai abrir, também, em Balneário Camboriú

NA ESTRADA COM O DIARINHO

6 lugares imperdíveis para comprinhas, comida boa e diversão em Miami

Elcio Kuhnen

"Camboriú vive uma nova realidade"

140 anos

Cinco curiosidades sobre Camboriú

CAMBORIÚ

R$ 300 milhões vão garantir a criação de sistema de esgoto inédito 



Hoje nas bancas


Folheie o jornal aqui ❯








MAILING LIST

Cadastre-se aqui para receber notícias do DIARINHO por e-mail

Jornal Diarinho© 2024 - Todos os direitos reservados.
Mantido por Hoje.App Marketing e Inovação